os arredores do cu, Neruda, cânhamo e outras coisas

21.3.15
Já depois do jantar, se Urrutia Lacroix esteve ou não a ponto de ser sodomizado, jamais se saberá porque no jardim, à noite, quando as mãos do anfitrião se lhe chegavam ao traseiro, apareceu o convidado de honra. Quem? Nada mais nada menos do que Pablo Neruda, com os seus poemas escritos na língua, prontos para o entardecer ou para qualquer outro quinhão do dia.

Estavam as coisas neste ponto, quando, ao jantar, um jantar diligente, composto por esparguete preto e marisco escarlate, fechei o meu livro do Roberto Bolaño, comi os morangos da sobremesa, mandei-me para o Marco de Canaveses em  serviço de agenda política, um Portugal sentado.

Num outro livro, no melhor livro do mundo, no dicionário, dei com o significado de canaveses, que são plantações de cânhamo. E quis, quis mesmo muito que esta sexta-feira à noite fosse sábado de manhã, mas ela não foi.
A música que não pude ouvir, meto agora por baixo da fotografia.


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